A DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL
Bárbara Dourado*
O escritor brasileiro, Ariano Suassuna, apresenta em seu livro, Auto da Compadecida, a história de operários que vivem em situações precárias. Dentro do contexto da obra, observa-se que, os personagens João Grilo e Chicó, sofrem com as dificuldades da sobrevivência em meio a situação de extrema desigualdade. Desse modo, ao fazer uma associação da ficção com a realidade, verifica-se que essa narrativa ilustra muito bem às lutas do povo brasileiro que sofre diariamente com a falta de oportunidade e fome. Dessa maneira, é necessário medidas para superar esse impasse, o qual tem como causas a não garantia de serviços básicos e a má distribuição de renda.
Em primeira análise, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para combater a não garantia de serviços básicos. Segundo o filosofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio de justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Nesse sentido, por causa da baixa operação de autoridades, a prioridade e a ganância, desenvolvem formas de minimizar o serviço público. Isto é, a inibição do direito da população a ter acesso à educação, alimentação, moradia, segurança, saúde e oportunidades de trabalho de qualidade, para que desse modo, nenhum sujeito precise submeter-se a situações precárias de trabalho para adquirir o pão de cada dia. Em suma, faz-se mister a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.
Ademais, a má distribuição de renda também pode ser apontada como promotor do problema. De acordo com o BCC, a base da pirâmide é relativamente homogênea – 90% dos brasileiros têm renda inferior a R$ 3,5 mil por mês (R$ 3.422,00) e 70% ganham até dois salários mínimos (R$ 1.871,00, para um salário mínimo de R$ 998,00 em 2019). Partindo desse pressuposto, percebe-se que aspectos como o preconceito social, sobre alguns fatores divergentes analisados na sociedade, só agravam a desigualdade brasileira. Todavia, essas diferenças trazem como consequência níveis altos de desemprego e um grande índice de violência. Destarte, é imprescindível a atuação governamental e social para que tais empecilhos sejam superados.
Portanto, são necessárias medidas capazes de mitigar esse quadro alarmante. Para tanto, mediante o aumento do percentual de investimento, direcione capital que, por intermédio do Estado, busque por meio de debates e conferências, evidenciar os fatores históricos da fome e melhorias para a sociedade Brasileira. Bem como, no âmbito federal, o Ministério da Fazenda deve destinar maior verba pública para as campanhas de apoio civil, como a Bolsa Família. Dessa maneira, haverá a diminuição da marginalização de uma parcela populacional, seja ativamente pela garantia de acesso à cidadania, seja pelo rompimento do ciclo de invisibilidade.
*Bárbara Oliveira Dourado, é aluna do 8º ano do Colégio Nossa Senhora da Piedade (CNSP). O texto foi produzido como uma proposta do projeto: "Ariano Suassuna, não troco meu 'oxente' pelo 'ok' de ninguém: valorização da língua e cultura nordestina.”