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A DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL CONTEMPORÂNEO

Layla Reis*

Em “O Auto da Compadecida”, obra literária do dramaturgo Ariano
Suassuna, Chicó e João Grilo, personagens principais, vivem uma situação
degradante marcada pela miséria. Na trama, os sertanejos não recebem um
salário digno, sendo alimentados pelo seu empregador apenas com uma papa,
recurso usado pelo autor para evidenciar a desumanização sofrida pelos
protagonistas. Ao sair da ficção, sem desconsiderar o contexto histórico da
obra, nota-se que a problemática apresentada ainda percorre a atualidade, isso
fica claro através da observação da não garantia de condições financeiras
causadas pela desigualdade social. A partir desse cenário, não se pode hesitar
compreender os impactos gerados pela falta de equilíbrio entre as camadas
sociais da população.
Em primeiro plano, é nítido que a deficitária igualdade social repercute, sem
dúvida, na persistente situação das discriminação entre algumas classes
cometida pelo cidadão brasileiro. Isso acontece, porque, como já estudado pelo
imortal da Academia Brasileira de Letras Ariano Suassuna, o Brasil é um país
que se divide em dois: o dos privilegiados e o dos despossuídos. Sob essa
ótica, percebe-se que, o preconceito com algumas demandas de residentes do
território brasileiro não consegue fazer com que a igualdade seja alcançada na
sociedade. Dessa forma, quase 61% dos brasileiros continuam sofrendo
injustiças. Pois, na prática, não tem chance de um bom trabalho, uma vida sem
desavenças, vivenciando a pobreza extrema por conta da má distribuição de
verbas persistente no Brasil desde sua época colonial.
Além disso, a ausência do bem-estar da população mais precária reflete,
também, na manutenção de uma sociedade historicamente excludente. Tal
questão ocorre, pois, de acordo com a análise da antropóloga brasileira Lilia
Schwarcz, desde a Independência do Brasil, não há a formação de um ideal de
coletividade, ou seja, de uma "nação" ao invés de, meramente, um “Estado”.
Com isso, o caráter de desigualdade social e exclusão do diferente se mantém,
sobretudo, no que diz respeito às pessoas que não tiveram acesso a uma boa
qualidade de educação, as quais, frequentemente, são obrigadas a lidar com
situações humilhantes por parte do restante da sociedade, as humilhações são das mais diversas discriminações até o fato de não poderem ter nem sequer
um prato de comida se, antes, não tiverem um bom emprego.
Portanto, ao entender que a desigualdade social está diretamente ligada à
exclusão, é tempo de combater esse grave problema. Assim, cabe ao Poder
Executivo Federal, mais especificamente o Ministério da Mulher, da Família e
dos Direitos Humanos, ampliar o acesso aos serviços básicos como
alimentação, educação e residência. Tal ação deverá ocorrer por meio da
implantação de um Projeto Nacional de Incentivo à Inclusão Social, o qual irá
articular, junto aos gestores dos municípios brasileiros, campanhas, divulgadas
pela mídia socialmente engajada, que expliquem sobre a importância de ajudar
o próximo para garantia da humanização, além de instruções para realizar o
processo, a fim de mitigar as desigualdades geradas pela falta desses direitos.
Afinal, toda a população merece ter a garantia e o direito de uma boa qualidade
de vida.

*Layla Mirelle Reis dos Anjos, é aluna do 8º ano do Colégio Nossa Senhora da
Piedade (CNSP). O texto foi produzido como uma proposta do projeto: "Ariano
Suassuna, não troco meu 'oxente' pelo 'ok' de ninguém: valorização da língua e
cultura nordestina.”

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