A VIOLAÇÃO DOS DIREITOS TRABALHISTAS CAMINHA LADO A LADO DA DESIGUALDADE
Juliana Lima*
O livro Auto Da Compadecida de Ariano Suassuna, retrata a vida
nordestina de forma divertida e ao mesmo tempo sofrida. “bife passado na
manteiga para o cachorro e fome para João Grilo”, essa é uma das falas de
João Grilo, personagem mais esperto da narrativa, que denuncia através das
suas queixas os maus tratos sofridos por seus patrões. Nesse contexto,
podemos destacar a violação dos direitos trabalhistas e a diferença entre as
camadas sociais, questões vividas diariamente na sociedade atual por causa
das dificuldades enfrentadas, resultado da falta de informação.
Em primeiro plano, é necessário destacar a diferença entre as camadas
sociais que favorecem a desigualdade de bens, sendo eles financeiros,
educacionais, religiosos e políticos. Visto que, pessoas que têm baixa renda
tendem a ter uma menor quantidade de recursos do que pessoas que possuem
uma renda alta. Sendo assim, a desigualdade é gritante, já que funcionários
domésticos trabalham sem carteira assinada, não têm limite de carga horária
de trabalho e ainda recebem um salário injusto.
Sobretudo, vale ressaltar que a violação dos direitos trabalhistas que
acontecem frequentemente no Brasil e no mundo, principalmente pela falta de
conhecimento da população sobre a constituição dos direitos trabalhistas é
algo preocupante. É importante destacar que dados da (CSI) Confederação
Sindical Internacional, informa que entre 500 brasileiros 40% deles tem
conhecimento sobre os direitos trabalhistas, um número que está aumentando
cada vez mais segundo o (IBGE) Instituto Brasileiro De Geografia e Estatística.
Exemplo disso, são grandes empresas como Coca-Cola, Nestlé e Shein que
utilizam uma mão de obra considerada muita das vezes barata, para poder
continuar disponibilizando produtos de alta qualidade com pequenos gastos,
gerando lucro.
Como solução desse efeito, os órgãos legislativos câmara dos
deputados e do senado federal, poderiam criar fiscalizações e contratar
pessoas especializadas para palestrar em diversos ambientes de trabalho.
Como também, a criação de panfletos e entrega em ambientes de alta
circulação, principalmente dentro do comércio, lugar que apresenta grande
quantidade de funcionários, ou seja, tornar os direitos trabalhistas algo do
conhecimento de todos, para que desse modo a população saiba dos seus
privilégios enquanto cidadão. Pois, somente desta maneira poderemos
construir um mundo mais justo e igualitário para todos os brasileiros.
*Juliana Lima Oliveira, é aluna do 8º ano do Colégio Nossa Senhora da
Piedade (CNSP). O texto foi produzido como uma proposta do projeto: "Ariano
Suassuna, não troco meu 'oxente' pelo 'ok' de ninguém: valorização da língua e
cultura nordestina.”