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Das caravelas a Brasília: uma história quase infinita


Por Ana Sabrina e Letícia Oliveira

Na última quarta-feira (01/05), no auditório da Faculdade Dom Pedro II, ocorreu a 40° roda de conversa do Sementes do Amanhã, onde, reafirmando os valores e princípios do nosso clube, debatemos a obra "O Vampiro que descobriu o Brasil". Ao iniciarmos a reunião, uma atmosfera artística tomou conta do lugar, com uma apresentação musical tendo em seu repertório "O que é, o que é?", de Gonzaguinha, e várias outras músicas que nos ajudaram a imergir numa majestosa reflexão sobre Brasil escrito por Ivan Jaf. Posteriormente, declamações de poemas tomaram espaço e nos revelaram, com expressividade, o sentimento de uma vida cansada e repleta de questionamentos acerca da eternidade, como a de Antônio.

Ao decorrer da reunião tivemos a visita da professora Suely Prata, membro da Acadêmica de Letras Lagartense (ALL), que deu luz ao nosso encontro com uma grande mensagem de incentivo à leitura. Torna-se indispensável falar sobre o nosso anfitrião, Aléssio, que nos recebeu cordialmente, com bastante alegria e empenho em acolher esse projeto que suplanta obstáculos. Agregando para o enriquecimento desta manhã, ouvimos as sábias palavras da professora Franciele, que, em sua presença, fez memória da singular e inesquecível Clara Gabrielly.

A Roda de Conversa contou com a mediação das jovens Ana Sabrinha e Letícia Oliveira, estudantes do Ensino Médio do Colégio Libertar e Instituto Federal de Sergipe (IFS) respectivamente. Vale ressaltar que ambas são frutos da Fundação José Augusto Vieira, período a qual ascenderam ao Clube de Leitura e abraçaram o projeto com esmero, dedicação e compromisso.

"O vampiro que descobriu o Brasil", livro abundante em cultura e cultivo de tradições brasileiras, nos permitiu compreender, de forma leve e dinâmica, a passagem de séculos, pela perspectiva de um português submetido a viver eternamente como vampiro. Alguns questionamentos surgiram e enriqueceram a nossa reunião. Perpassaram reflexões a respeito da legitimidade da morte e da eternidade, entre outras que proporcionaram um vasto e deslumbrante diálogo entre os membros ali presentes.

Entre risadas e conversas aconchegantes, o fim da nossa reunião foi se aproximando. Ao tempo em que Antônio tentava entender como verdade a mentira contada durante 500 anos, nós, tentávamos ainda, compreender a imensa dimensão de pensamentos que este livro nos trouxe e plantou em nós a semente que pensa, reflete sobre a brevidade da vida e a aceita como valorosa, mas ainda assim corrigi suas próprias ações afim de evitar qualquer desperdício da vida finita.

Ao decorrer da reunião, nós, como mediadoras, observamos que o livro nos proporciona um amplo leque de interpretações diversas, que nos permite viajar por incontáveis aspectos da nossa cultura, cultivando em nós, desse modo, uma grande representatividade da história dos nossos antepassados. Podemos ainda, ressaltar o quanto é importante suscitar em nosso meio o legado relacionado a tradição e a resistência de um povo marcado em seu íntimo pela dor da privação da liberdade e de sonhos que foram tornados irrealizáveis.


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