Uma ilha isolada da humanidade, uma mansão imponente e 10 pessoas que nunca haviam se visto antes, mas que possuíam algo em comum: crimes em um passado não muito distante. Essa é a ambientação de uma das mais famosas obras da Rainha do Crime Agatha Christie, E Não Sobrou Nenhum. Originalmente publicada em 1939, a obra passou por algumas adaptações ao longo do tempo, especialmente no título, anteriormente chamada de “O Caso dos Dez Negrinhos”. Uma das histórias de suspense mais famosa do mundo, foi o fio condutor da leitura do mês de setembro do Sementes do Amanhã.
Foi nesse contexto, em meio ao entusiasmo e ousadia que os membros do Clube do livro Sementes do Amanhã, alcançaram a marca de 21 encontros e consequentemente 21 obras debatidas ao longo da sua acalorada travessia. Desta feita, a roda de conversa contou com mais de 30 jovens que romperam o marasmo que ainda atordoa uma parcela da sociedade “Vítimas da Pandemia”, e se aventuraram nas lacunas sombrias, sangradas e singradas da Ilha do Soldado.
Na ocasião o debate contou com a mediação das jovens promessas Heloísa Monteiro e Beatriz Amorim, alunas do 8º ano, do Colégio Nossa Senhora da Piedade (CNSP), com serenidade e inquietações, conseguiram conduzir com muito louvor o evento. Como já se tornou tradição, o Clube de Leitura conta mensalmente com Curadores, amantes da literatura que indicam suas leituras para os nossos desbravadores do conhecimento. Desta feita, contamos com a colaboração do professor Sérgio Souza (amante declarado das obras de Agatha), e da professora Marcela Rodrigues, expoente na arte de educar.
Embebidos pelo poema central, encantados por alguns personagens, revoltados com outros. Os discentes aproveitaram o encontro para explanarem seus anseios, medos, delírios, empolgações e frustrações. A cada temática debatida, gritos ressoavam e seus ecos ainda se fazem ouvidos. Tombados, incrédulos e impactados com o “Plot Twist” (reviravolta do enredo), os membros do clube viveram uma noite única em suas vidas, as quase três horas de conversa, passaram tão despercebidas como a própria leitura do livro, quase impossível de largar.
A leitura das obras de Agatha, vem tão somente consolidar a premissa que já se tornou notável ao longo dos encontros. É preciso mergulhar no universo dos jovens, se desejarmos fazê-los leitores. A leitura de escritores tidos como fundadores da civilização ocidental, bem como, os olhares voltados para os clássicos da literatura nacional, são de fundamental importância. No entanto, é perceptível que para alcançarmos voos mais altos, se faz necessário debruçar nossas lentes para o afloramento leitor da nossa juventude, com obras do seu universo. E nessa empreitada, O Sementes do Amanhã, caminha a passos largos em busca de um horizonte que nasce a cada alvorecer.
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