Na manhã desse sábado (14/10) O Clube de Leitura Sementes do Amanhã promoveu mais uma roda de conversa entre seus integrantes. O encontro foi realizado nas dependências do Colégio Nossa Senhora da Piedade (CNSP). Com a presença de jovens de diversas instituições de ensino do nosso município, refletindo a nova política do clube, agora de portas abertas para os curiosos e amantes da leitura de maneira geral.
Em quatro anos de existência e resistência, muitos foram aqueles que passaram e contribuíram para formação e para o fortalecimento do Sementes. Quando pelos idos de 2019, fora lançada ao solo as primeiras sementes desse projeto, nem mesmo os mais otimistas poderiam acreditar que chegaríamos tão longe. É bem verdade, que ao longo desse período vivenciamos momentos conturbados, angustiantes e temerosos do que estava por vir. Mas, assim como uma embarcação não foi feita para ficar em seu porto ou em águas calmas, o Sementes também não poderia ficar sem enfrentar as adversidades que aqueles que sobrevivem de cultura sabem muito bem explicar.
Para festejar essa travessia singrada, sangrada e até mesmo chorada, foi que o grupo ao longo do mês de setembro se enveredou por mais uma obra da Rainha do Crime, Agatha Christie. Essa foi a terceira vez que seus escritos estiveram presentes na lista de leituras do clube. Nas duas primeiras oportunidades, viajamos no luxuoso Expresso do Oriente e passamos alguns dias na Ilha do Soldado, O Assassinato no Expresso do Oriente e Não Sobrou Nenhum, respectivamente.
Desta feita, o livro em questão foi O Assassinato de Roger Ackroyd. Para os críticos, uma das melhores produções da escritora. A obra se passa em um pequeno vilarejo inglês, cuja a distração de boa parte dos seus habitantes é a velha e provocante fofoca. Esse foi o cenário escolhido pelo Detetive aposentado Hercule Poirot, para plantar abobrinhas e tirar o seu merecido descanso. No entanto, três mortes misteriosas em um curto período de tempo, entre elas, a de um milionário em sua mansão repleta de parentes e funcionários, aguçou a curiosidade e maestria de um dos maiores detetives da história da literatura.
Ávidos por compartilharem suas impressões e ainda impactados com o desfecho da leitura, os integrantes do clube se envolveram por quase duas 2 horas em uma prazerosa, frutífera e calorosa Roda de Conversa. Após três anos de reuniões virtuais, resquícios do período pandêmico. O grupo resolveu ir além e há três meses resgatou a necessidade dos encontros presenciais. Mesmo com dificuldades para se encontrar uma data e um horário que venha atender uma maior parcela de participantes, os encontros têm conseguido arrastar um grande número de entusiastas, emaranhados de carisma, empatia e acima de tudo respeito às diferentes formas de pensar.
Assim como o menino de Manoel de Barros, que carregava água na peneira, o Sementes do Amanhã ao longo de quase meia década, semeia ideias, debates, poesias e sonhos por meio da leitura. Não sabemos onde vamos chegar, mas somos conhecedores do que queremos alcançar, preencher lacunas e consolidar uma educação verdadeiramente livre das amarras que outrora marcaram a nossa tacanha vida provinciana. Vida longa ao Sementes do Amanhã!
Magnífico!!! tenho muito orgulho de ter participado desta exímia reunião