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Nas páginas de uma “Vida Seca.”



Ler uma obra da nossa literatura brasileira vai muito além do que decifrar palavras ou apenas conhecer um texto. Se faz necessário sentir a obra, refletir o que ali está escrito e ter a sensibilidade de fazer um paralelismo entre o texto e a realidade do leitor. Existe um diálogo entre o escritor, leitor e personagens, e na verdade, um diário íntimo que durante a leitura é partilhado. A obra Vidas Secas, do escritor Graciliano Ramos de Oliveira, que nasceu em 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrângulo, Alagoas, se tornou um banquete de ideias postas sobre uma mesa de mármore branco, que os jovens do Clube de leitura Sementes do Amanhã, se deliciaram em uma manhã do dia 28/03/2024.

A obra Vidas Secas é muito mais que um simples romance regionalista. É uma fotografia, extraída de um sofrimento que sai dos aspectos naturais como, por exemplo, a seca, que assolava o nordeste brasileiro e vai tocar a alma da família de Fabiano. Os gigantes do Clube de leitura, Sementes do Amanhã, foram além da simples leitura e mergulharam nas páginas da obra desse gênio chamado; Graciliano Ramos e com maestria analisaram, refletiram e por que não dizer, que cada um sentiu as dores de cada personagem. Observaram a luta de Fabiano pela sobrevivência da família. Sonharam ao lado de Sinha Vitória com a tão desejada cama de tiras de couro. Brincaram de fazer bonecos de barro, juntos com os dois meninos, o mais velho e o mais novo. Foram tocados pela humanização da cadela Baleia, que amou como ninguém, que sentiu como ninguém a “Vida Seca” de cada personagem. E que Baleia é descrita na obra, como uma importantíssima integrante da família. Os gigantes do Clube Sementes do Amanhã, leitores ávidos e perspicazes, perceberam que ler, sentir e pensar sobre a obra era pouco.

Inquietos, sentiram que precisavam ir muito mais além e ultrapassaram a fronteira do livro e da leitura. Todos unidos em um encontro sublime, belo, magnífico do qual fui testemunha ocular dessa reunião. E como um mero aprendiz, ouvi de cada um deles, fatos que na obra estavam apenas nas entrelinhas. Senti a emoção em cada palavra vinda deles e por vários momentos, eles me tiravam da realidade daquele instante e me vi percorrendo pelos caminhos daquelas palavras, tão cheias de sinceridade, quando relatavam suas experiências de leitores(as) diante de um clássico da nossa majestosa literatura Brasileira. Esses Gigantes encontraram no universo literário, o poder do deslocamento de uma obra que foi publicada pela primeira vez em 1938, para a realidade de 2024. Saí desse encontro com o coração inundado de emoção, com a alma nutrida de sabedoria vinda desses jovens, e convicto de que a leitura é uma ação transformadora na vida daquele que desejar aventura-se nesse mundo cheio de emoções.


Deixo aqui meu singelo abraço no coração de cada um de vocês que compõem o Clube de leitura Sementes do Amanhã.


Atenciosamente,

Alessio do Nascimento Oliveira

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